segunda-feira, 25 de abril de 2011

Critica ao Capitalismo Cognitivo

A grande “novidade” que seria o “capitalismo cognitivo”, às vezes noticiado como a emergência de um “pós-capitalismo”, está furada. Essa tese apresenta como “novidade” a faculdade do capital de apropriar-se dos progressos da ciência e do conhecimento. Longe de ser “novidade”, esta capacidade forma parte fundamental da análise marxista do capitalismo. O velho Marx ja dizia que “a acumulação do saber, da habilidade, assim como de todas as forças produtivas gerais da inteligência social, são agora absorvidas pelo capital que se opõe ao trabalho: elas aparentam ser uma propriedade do capital ou, mais exatamente, capital fixo”. Michel Husson, também assina que “Não pode dizer-se o mesmo do conhecimento que os expoentes do capitalismo cognitivo erigem como terceiro fator de produção, como se este substituíra o capital ou o trabalho como fonte de riqueza? E continua: “Uma das características intrínsecas do capitalismo, a fonte essencial de sua eficácia, reside uma vez mais na incorporação das capacidades dos trabalhadores à sua maquinaria social. É neste sentido que o capital não é um arsenal de máquinas ou de computadores em rede, mas uma relação social de dominação".

Nesse mesmo teor, a idéia de muitos dos teóricos do “fim do trabalho” de que estaríamos diante de uma perda de substância da lei do valor, devido à necessidade de gastar menos força de trabalho para produzir uma mercadoria, evita justamente captar a dimensão profunda da atual crise capitalista: que é a incapacidade do sistema para escapar desta lei que o leva a funcionar de maneira crescentemente agressiva. Nestes vinte anos que vivemos de ofensiva imperialista “neoliberal” são uma grande mostra destes limites do capital, que para conseguir valorizar-se tem-se visto crescentemente empurrado a desenvolver a esfera especulativa da economia e a aumentar brutalmente a taxa de exploração dos recursos naturais e também da classe trabalhadora. Isso é o que se tem em vista, não estamos diante de um novo paradigma produtivo, é o mesmo. Ou seja, o "fantoche" esta apenas disfarçado com uma roupa mais elegante, o que pode-se fazer é tentar superar esse mal que o capitalismo traz consigo (desigual distribuição de renda, desemprego, etc) e liberar o caminho para passar do “reino da necessidade” para o “reino da liberdade”.

Um comentário:

  1. É tão forte, tão interessante essa idéia de um "novo capitalismo criativo", que é movido pelo conhecimento e cooperação que chega, de fato a mascarar o velho capitalismo mercantil e industrial...Só mais uma tentativa ridícula de o capital "qualificar" seus "coloboradores" , retomando a idéia primitiva de exploração.Como sempre fez!!

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